quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Quem sou.

Quem sou eu?
Mário Henriques Manso, nome de guerra, o Esquelas:
Nasci no lugar da Figueira, Freguesia da Graça, Concelho de Pedrógão Grande, Distrito de Leiria.
Aos onze anos, concluí a minha carreira académica. De imediato, assentei praça numa padaria pertença do Presidente da Junta de Freguesia. Aí enfrentei as primeiras grandes dificuldades, para ter direito à vida, à comida e à dormida, de forma imposta e sem direito a resposta. Não havia qualquer contrato e, tão pouco, direito a bom trato.
Logo que me foi possível fugir a tão triste servidão, com torrente de escravidão, avancei para Lisboa, Capital do Império. Aterrado e desamparado, cairia para qualquer lado, não tinha alternativas. Uma era em que a defesa era diminuta, para jovem tão pouco arguto e sem estatuto, é assim, que ainda menino e franzino, marçano, foi o destino.
Defendi-me como pude, das emboscadas, das pancadas, e das chiqueiradas organizadas. É assim que no labirinto Lisboeta fui sobrevivendo até 13/09/1962, meu primeiro dia de inspecção no Corpo de Marinheiros, onde fui apurado e voluntário para a especialidade de Fuzileiro. Durante um ano, fiz os cursos que estavam ao meu alcance, tempo que durou a minha preparação para me candidatar a morrer ou matar. Em 1963 avanço para Angola num Destacamento de Fuzileiros. Em Março de 1964, sou naquela província, o primeiro ferido em combate. Regresso em fins de 1965 e em 1966, de novo, volto numa segunda comissão Angola. Em 1968, regresso esperançado em continuar em frente na carreira militar. A próxima etapa seria o curso de Sargento mas,”ao qual ainda fui obrigado a ir às provas”, por não aceitar que um oficial tenha abusado da autoridade que não lhe reconhecia, utilizando de forma menos honrosa poderes morais, que não tinha, saí da Marinha.
Trabalhei na TAP trinta e seis anos, de onde estou aposentado mas não amargurado.
Desde as primeiras eleições para a Associação de Fuzileiros que nela tenho tentando fazer o melhor que posso, para que o bom nome dos Fuzos se mantenha vivo e actuante, para que ninguém desta família se sinta distante.Como se pode comprovar, dos Fuzos não consegui zarpar e aqui estou a tentar comunicar, sem chatear, espero bem!, com todos os que gostem dos Fuzileiros.

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma vida, uma lição! Os Homens também se fazem de sofrimento!
Continua, Mário, pois estás na "picada" certa!!!

Anónimo disse...

Fosse ela a picada em que se andasse era sempre importante um bom guia, e tu Amigo Vitor Costeira, és um daqueles batedores em quem se pode confiar, outrora outros foram muito enganadores, hoje compreendo que fazia parte da sua missão “objectivo libertação” mau grado não ser atingido o que era esperado.
Esta picada é bem menos mortífera que outras que calcorreei quando ainda, era pouco mais que menino. Nesta, tenho amigos que me ajudam a orientar para continuar a caminhar mesmo que a cambalear. A maioria das vezes, vale-me o amparo dos amigos que estão sempre por perto "ainda que longe na distancia" para não me deixarem cair. Sem sentir que seja obra de caridade, fico com alguma vaidade.
Chau amigo,