quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

As marcas da guerra

Umas boas e outras más, serão variados os estigmas que a contenda deixou em muitos milhares de homens da minha geração. Tenho, para começar, uma referência a um amigo de verdade, de nome Dembos, meu fiel e dedicado companheiro e que, passados dezenas de anos, é ainda motivo de conversa entre aqueles que mais de perto, puderam aquilatar da sua inteligência: “muitos dos camaradas que fizeram comigo a segunda comissão”. Seria fastidioso estar aqui a relatar as situações mais emblemáticas de um relacionamento bastante digno entre dois animais, entre os quais se não se percebia muitas vezes, quem era o mais, ou menos racional. Tenho saudades desse animal especial a quem dei um nome, com que quis homenagear quem nessa operação muito sofreu e morreu “Libanio da Silva Amorim” zona, onde aos dezoito anos me quiseram matar; “mata vinte e oito de Maio “Nambuangongo” que era, o santuário da guerrilha de então, os Dembos. As palavras aqui escritas deixam camufladas um manancial de peripécias, de uma riqueza tão genuína que, mesmo em hora de azar, não dá para ir à casa de penhores trocar por outros valores, porque não têm cotação neste mercado, sem valores, em que, vamos cada vez mais, estando inseridos. Por tudo o que não fica dito, umas fotos desse Amigo ajudarão a compreender uma grande e recíproca amizade.

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