quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SEM ABRIGO OU NATAL AMIGO

São as festas, são os natais
Faustosos ou indigentes
São quadras infernais
Para uns, sempre diferentes
Para outros, sempre iguais
Sejam agnósticos ou crentes
Para uns, coisas demais
Muitos ficam, indiferentes
Nem direito a ter ideais
Podem estar descontentes
E tornarem-se marginais
Com a conta já nos batentes
Em nada são iguais
E tudo os torna diferentes
E porque se sentem a mais
A tudo são resistentes
Não fales muito, estão à mão
As algemas e as correntes
Obras-primas da prisão
Onde já existem parentes
Um amigo ou um irmão
E ai de ti, que te tentes
Levantar porca da tua mão
O frio apanha-te os dentes
Durante uns dias não há pão
Nem um banco onde te sentes
Ou deitares-te num colchão
Não há direito a ambientes
Ou mesmo à indignação
Cala-te! Não te lamentes
Ou és tratado como um cão
Sejam agnósticos ou crentes
Afinal! Quem tem razão?
Sou um dos muitos combatentes
E a guerra não foi ilusão!
Estou triste, não mostro os dentes
Tenho frio, e os pés no chão
Sou do povo das nossas gentes
De que valeu a dedicação?
Enfrentando lutas em três frentes
Mas os governantes da nação
Mostram-se apenas indiferentes
Simplesmente dizem que não
A direitos tão evidentes
E como estão em contra-mão
Querem que morra que nem um cão
E sem direito a ter razão,
Mas isso, Não, Não e Não!

Mário Manso Fuzo Combatente

1 comentário:

Janela Aberta disse...

Passei para deixar o meu bem haja pela coragem, pela acção da denúncia do vergonhoso abandono a que os governantes deitaram muitos Combatentes. Somos nós, os da linha da frente, que devemos manter viva a chama do patriotismo em prol dos valores que devem reger uma sociedade justa e fraterna.
Estou nessa campanha contra o esquecimento das memórias.
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e links da página.
Pára-quedista operacional em Angola e Moçambiqque.
BOAS FESTAS com muita saúde, paz, amor e alegria.
Joaquim Coelho