quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

AO COMBATENTE SEM ABRIGO

São as festas são os natais
Faustosas ou indigentes
São as quadras infernais
Com diferenças persistentes

Os sem abrigo combatentes
Para quem a guerra não foi ilusão
Estão tristes, não mostram os dentes
Estão com fome, frio, e pés no chão

E os governantes, sempre indiferentes
Querem que acabem que nem um cão
Mas são filhos das nossas gentes
Do povo simples desta nação

Tanto lutarem em três frentes
E agora, a tudo lhes dizem não
Essa cambada de inconscientes
Estão sempre em contra-mão

Alguns políticos e dirigentes
Falta-lhe alguma sanidade
São arrogantes e indigentes
E sem qualquer sensibilidade

Julgam-se que nem videntes
Sem enfrentarem a realidade
Esquecendo os combatentes
Com vida, mas sem qualidade

O que tinham, tudo deram
Sangue, lágrimas e juventude
Alguns, em caixotes vieram
E o desprezo é a atitude

Não esqueçam esses amigos
Porque eles, são nossos irmãos
Mesmo com o rótulo de mendigos
Abracem-nos com as duas mãos

Mário Manso Ex. Combatente Fuzileiro

1 comentário:

Esapço Etéreo disse...

Meu caro Mario Manso,
Tenho ideia de que nos encontrámos por terras de Angola, nos tempos difíceis da guerra.
Saudo a defesa da causa dos "sem Abrigo", porque é mais uma forma de chamar a atenção para uma situação de indignidade com que trataram os combatentes das guerras africanas.
O meu bem haja e um abraço amigo.
Feliz Natal.
Joaquim Coelho, Pára-quedista de 1961- http://joscoelhos.multiply.com