domingo, 17 de janeiro de 2010

A MULHER NÃO MERECIA - 2

8
Se a mulher estiver de balão
Fica a unidade limitada
Deixando logo o pelotão
Coma a eficiência abalada
9
Não se trata de preconceito
Mas se agora não há guerra
Não tem mesmo qualquer jeito
Transformar candura em fera
10
Em tempos complicados
Tudo seria mais normal
Até ajudavam os soldados
Levantando-lhes a moral
11
Mostra bem a insanidade
Dos políticos de ocasião
Que falam da igualdade
Apenas nisto no resto não
12
Perdem um tempo precioso
Estes pretensos democratas
Não vêm quanto é malicioso
Ter dois sexos nas camaratas
13
Ao emboscarem à partida
Uma força de reacção
É como ter gente ferida
Antes de haver confrontação
14
Há sempre constrangimento
Quando o grupo é desconforme
E se o homem vira jumento
A barriga torna-se enorme

PODEM ESTAR DE ACORDO OU NÃO
MAS É A MINHA OPINIÃO
MESMO HAVENDO ALGUM SENÃO
NÃO DEIXO DE TER RAZÃO

Mário Manso

sábado, 16 de janeiro de 2010

VISITA A UM CAMARADA

Encontrando-se em Elvas em 21 de Agosto de 2009, uma significativa representação da Associação de Fuzileiros por razões de um convite para inauguração de um monumento aos Combatentes, em uma das suas Freguesias, e por haver conhecimento através do camarada Afonso “Gago”que fez parte do Dest nº 2 Angola “Cte. Pontes” de que um elemento dessa unidade se não encontrava bem de saúde, impunha-se a todos fazer-lhe uma abordagem solidária. (mesmo não sendo sócio da Associação) Assim sendo, fomos visitá-lo a sua casa. “zona que é já o limite da sua liberdade” No primeiro contacto, fomos recebidos pela sua esposa, Dona Ana Maria, que de forma muito emocionada, transportava em si uma carga de sofrimento e ao mesmo tempo, de um altruísmo extraordinário. A forma como envolvia o marido era prenúncio de ter saído a sorte grande a este nosso camarada João Mourato Calado. Ficámos muito sensibilizados, com a forma carinhosa como é tratado. Também este combatente, a guerra, foi incapaz de o vencer mas, a tenebrosa doença do Alzheimer, está a envolvê-lo sem dó nem piedade e pouco a pouco o vai asfixiando, o que inevitavelmente, o levará ao fim da vida sem o mínimo de qualidade. Este provocado encontro, só foi possível porque o “Gago” do seu Destacamento se preocupou em dar-me conhecimento do estado deste camarada, e com a colaboração do Óscar Barradas, conseguimos esta visita, isto prova que os Fuzileiros, não abandonam o seu camarada seja em que situação for.
A visita proporcionou-nos uma visita ao seu museu, que se reveste de um espólio extraordinário de peças embalsamadas, resultado das muitas caçadas que fez por toda a Europa,
Esta máxima dos fuzileiros apoia-se na verdade da sua prática, porque são os únicos, que nunca deixaram um camarada para trás, vivo ou morto. Também neste caso, apenas fizemos o que devíamos a um camarada ainda vivo.
Aproveito esta vivência familiar, para dizer a todas as esposas ou companheiras de combatentes, que elas são agora, o nosso apoio mais precioso, e que não há MG ou G3 que resolva, este tipo de guerra. Só a compreensão, o amor e dedicação, lhe pode trazer algum mesmo que rejeitado, conforto.
Sei que o nosso camarada, se encontra já numa situação muito complicada com a doença a impedir-lhe que desfrute do mínimo de dignidade.

Mário Manso

FOTOS ALUSIVAS

ESPERANDO A CHEGADA DO CAMARADA
JÁ EQUIPADO COM OS MIMOS OFERECIDOS
MOSTRANDO A OFERTA
PEQUENA PARTE DO SEU MUSEU
OS CAMARADAS APRECIANDO ALGUNS TROFÉUS
UMA MARAVILHA
ENVOLVIDO PELO OLHAR ENTERNECEDOR DA ESPOSA
SEM ESPAÇOS DISPONÍVEIS
CAMARADAS DE ARMAS AMIGOS E ELVENSES
OLHANDO A ÁGUIA QUE TAMBÉM JÁ NÃO VOA
UM OLHAR JÁ SEM FUTURO
NEM O URSO LHE METIA MEDO
JÁ PRÓXIMO DA DESPEDIDA
COLOCANDO O RAMO DE FLORES
ESPERANDO PELO RANCHO
SENTI-ME EM ÁFRICA

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A MULHER NÃO MERECIA -1

1
Sinto uma grande tristeza
E não havia necessidade
Quererem esbater a dureza
Só por alguma vaidade
2
Mulheres, nós não queremos
Nas vertentes operacionais
Se os valores não perdemos
Nos Fuzileiros estão a mais
3
As mulheres não estão talhadas
Para os Fuzos no seu todo
Iam ficar muito atrapalhadas
Estando com período no lodo
4
E na pista de combate
O pau não é fácil encaixar
Porque na hora do embate
As mamas não vão deixar
5
E no transporte de feridos
O que é que vai acontecer
Ficam os peitos comprimidos
E algo começa a crescer
6
Todos sabem que não serve
Mas continuam persistentes
Quem as tem que as conserve
Para os Fuzos indiferentes
7
Os Fuzos são estimulados
Com uma prova de fama
Que os deixa preparados
Para fazerem do lodo cama

Me desculpem a brincadeira.

Mário Manso

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

HISTÓRIA MAL CONTADA

ANTÓNIO MILHEIRO VARANDAS
TAMBÉM MUITO MAL AVALIADO
POR MENTES EM DESMANDAS
QUASE FICAVA SITIADO

UMA HISTÓRIA MAL CONTADA
ESCRITA POR UM TRAMBIQUEIRO
MERECE MAIS ESTA BOFETADA
COM HONRA DE FUZILEIRO

ENTRASTE PELA PORTA GRANDE
CONFESSO: SENTI ABALO
AGORA NADA ME IMPORTA
SAÍSTE PELA DO CAVALO

No passado dia 6/11/09 ao entrar em minha casa fui interpelado, em tom inquiridor, pela minha mulher, que me perguntou o porquê de eu já não ir tantas vezes à Associação como ia.
Respondi-lhe que a Associação estava a ser gerida por uma comissão administrativa com a finalidade de preparar a Assembleia Geral para eleger os órgãos Sociais, uma vez que tinham sido dissolvidos os anteriores por razões que eu próprio não entendi.
Reparei que, enquanto eu dava a explicação, a minha mulher ia meneando a cabeça em sinal de que não acreditava no que eu dizia.
Quando terminei, ela “sacou” duma carta que até ai tinha mantido escondida, entregou-ma e disse: não será por isto?
A carta já estava aberta sinal de que a minha mulher já sabia do seu conteúdo. Entre nós não há segredos.
Procurei o remetente. Lá estava o nome do imbecil que a remeteu. O que diria aquela carta para a minha mulher estar deveras perturbada, ao ponto de me dizer: é por isso que vocês gostam de lá andar, para se meterem com as filhas dos outros.
Gelei! Não por medo ou por qualquer divida que me viessem cobrar. Nada devo, nada temo.
Contudo ali estava eu pasmado diante da minha mulher sem saber o que dizer. Eu, um homem acostumado à guerra, com duas comissões na Guiné e outra em Moçambique para além dum curriculum enorme na área da instrução, desde Recrutas até aos Cursos de Oficiais e Cadetes, com quem muito aprendi e ensinei, que me preso de nunca maltratar ou ser maltratado, ali estava eu parado no tempo, cojitando. Que mais dirá esta carta?
Senti nojo desta gente e de quem lhe apara os golpes!
Numa tentativa de acalmar os ânimos, e uma vez que o que mais parecia preocupa-la era o caso da funcionária, porque nós também temos uma filha, fui dizendo que se calhar a rapariga também tinha alguma culpa e agora atirava com ela para cima do homem.
Foi pior a emenda que o soneto.
Resposta pronta: é dessas que vocês gostam! Dessas malucas!
Naquele momento sentia-me mal. Muito mal.
Já tinha ouvido dizer que o cretino era mentiroso e perigoso. Se dúvidas houvesse elas deixariam de existir.

Por causa de um perigoso inconsciente ali estava marido e mulher desentendidos, sujeitos a deitarem por terra uma vida conjugal de 44 anos, se não houvesse bom senso.
Com a divulgação daquela carta ficou a descoberto o que sempre quis tapar, o que não deviam ter feito. Quis proteger alguém e acabou denunciando. Lamentável!
Para além das várias ofensas que me faz, a mim, e a outros camaradas, que posteriormente tive conhecimento que também eles receberam a carta, penso que de igual teor, o “dito cujo” acusa-me de participar na reunião aonde a ex. funcionária disse o que disse, e no qual acredito.
Como é do conhecimento geral sempre que podia comparecia nas reuniões de que tinha conhecimento, e foram muitas, só não participando naquelas onde só a Família Castrense tinha lugar e conhecimento. Essas sim ilegais.
Quanto ao ter assinado o documento, apenas digo que sempre assinei a minha presença em todas as reuniões em que participei.
Se tivesse havido tino, aquelas declarações não passariam, provavelmente, do arquivo. A pessoa que declarou, desabafou, e por ai se ficaria… Certamente.
Assim… Assim tudo pode acontecer.
Apenas respondo por mim. Por aquilo que digo e por aquilo que faço.
Tanto quiseram esconder o gato que lhe deixaram o rabo de fora. Alguém é responsável por isso.
Que respondam.

Nota: esta carta, onde a realidade e ficção se fundem e confundem, conta uma história dramática só não acontecida, por eu ser conhecedor dos passos do carteiro e estar prevenido. Não fora a prevenção, e a missiva que o cafageste me endereçou cairia nas mãos da minha mulher, e ai, a história deixaria de ser ficção. Tenho a certeza que ninguém duvidaria dela.
A história passaria como uma verdade absoluta, cuidado com as verdades absolutas.

António Milheiro da Piedade Varandas

MALEDICÊNCIA APENAS!..

Por falta de oportunidade, não me tem sido possível contrapor à ideia fixa de um camarada que se intitula um Fuzileiro dos quatro costados. Sem querer desestabilizar a nossa amizade, de quase meio século, não quero no entanto, deixar de manifestar o quanto estou em desacordo, quanto às ferroadas, com que vai tentando denegrir a missão da nossa, mas também dele, Associação de Fuzileiros.

Existe um sentimento muito generalizado com o qual me congratulo, que é, a de que a Associação é de todos os Fuzileiros, o que mostra bem o espírito de corpo que existe entre a maioria de nós. Sendo certo que a prática corrente, é a de que as instituições associativas são dos seus sócios, na nossa o sentimento é de facto mais abrangente. E uma das provas mais recente que dá ênfase ao que acabei de dizer, foi o facto, de ter falecido um camarada que terá feito pelo menos duas comissões na guerra do ultramar,e para que tivesse, um funeral com o mínimo de dignidade, teve que o valor pago á funerária sido assumido pela Associação,(da qual se fez sócio em tempos, mas sem nunca ter pago as quotas) porque ninguém se apresentou com disponibilidade para o efeito. (vivia abandonado na ilha da culatra) Julgamos que este caso é paradigmático, e se duvidas houvesse, dá sustentabilidade à nossa máxima, de que, os Fuzileiros nunca deixaram um seu camarada para trás. Sinto-me pois muito honrado, pela atitude assumida pelo camarada que com ele fez uma das comissões, depois de saber do seu estado de saúde, o foi ver ao hospital, e deu conhecimento ao Presidente da nossa Associação das dificuldades entretanto conhecidas, fruto também do seu empenho. Foi assim, que de posse do problema, e por não haver quem o resolvesse, que a Associação de Fuzileiros em inextremo, resolveu o problema, substituindo assim o estado a quem competia ter solução para esta situação calamitosa, e vergonhosa, a para tantas outras, envolvendo ex combatentes a quem a guerra destruiu os alicerces psicológicos, para poder enfrentar, e lutar por uma vida com um mínimo de dignidade. É triste que continuadamente pouco ou nada faça pelos que necessitam, muitos dos quais sem abrigo.
Servirá este facto, para dizer ao camarada maldizente, de quem não menciono o nome, porque tal como eu, que sou o Esquelas, ele tem um nome de guerra do qual sou o padrinho, o qual descrito, facilmente se iria detectar este meu amigo mordaz, e ao mesmo tempo semi-inimigo, porque vou militando na Associação, à qual concorreu em tempos, mas por não ter sido a lista mais votada, terá mandado às urtigas os objectivos a que se propunha. Portanto, dizer-lhe que independentemente de lhe assistir o direito, de achar menos gratas, a presença nos corpos sociais da Associação de Fuzileiros de determinadas pessoas,é importante perceber que ela (Instituição) está acima de tudo isso, e delas não tem culpa.

O que seria de Portugal, se todos os que não votaram o Presidente da República ou o Primeiro Ministro, abandonassem o País?

Então aqui vão estas palavras, já bolorentas mas infelizmente, actuais.

O BOATO O BOATINHO E A BOATIÇE
É SEMPRE UMA GRANDE CHATICE
PORQUE IMPREGNADO DE MALDADE
SÓ FALA DE MEIA VERDADE
DE RESTO É SEMPRE ALDRABICE
SÃO ESTES ESFORÇOS PERDIDOS
QUE NÃO PASSAM DA INTENÇÃO
SÃO EMBUSTES MAL GERIDOS
MAS QUE GRANDE CONFUSÃO
NÃO SENDO O MELHOR CAMINHO
É UMA PÉSSIMA SOLUÇÃO
FOGE DESSA ESTRADA CAMARADA
OUTROS TRILHOS ESTÃO MAIS À MÃO
NEM QUE SEJA UMA PICADA
PODE ESTAR MENOS MINADA
NÃO TE ASSISTE QUALQUER RAZÃO
SAI-ME DESSA EMBOSCADA
VAMOS LÁ! NÃO SEJAS REFILÃO
COM ESSA VEIA AMARGURADA
NÃO CONTRIBUIS PRÁ SOLUÇÃO
ESSA AUTO ESTRADA SATURADA
SÓ NOS TRAZ MAIS POLUIÇÃO
AMBIENTAL E SONORA
FANFARRONICE NÃO LEVA A NADA
TU, BOATO, MANDA-O EMBORA
NÃO LHE PASSES CARTÃO CAMARADA
E TUDO TEM UMA HORA
PARA UMA ACÇÃO DETERMINADA
ATÉ A VIDA QUE SE CHORA.
QUANDO ESTAVAS ACTIVO NA ARMADA

MÁRIO MANSO, TEU AMIGO PARA SEMPRE

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

COINCIDÊNCIAS OU NÃO, ERA A POBREZA SEM PÃO

É descrito no livro Fuzileiros Força de Elite, os inícios de vida de três jovens antes, de se alistaram como voluntários na Marinha. Achei interessante estas palavras que me foram enviadas através de um email por este camarada Fuzo. por isso esta postagem.

Nasci a 27-01-1947,junto à serra de Montejunto, filho de pai que quando sóbrio, trabalhava na agricultura, e de mãe que fazia das tripas coração para me dar algo para que não passasse fome.com duas irmãs mais velhas: uma já tinha saído para servir como se dizia nesses tempos, a outra ainda estava em casa pois só tinha sete anos; Passados que foram outros sete, veio ao mundo a última dos quatro, para ajudar a comer os restos. Fui para a escola, fiz a quarta classe, com 11 anos, e na semana seguinte eis-me a caminho de Alenquer, como vendedor de leite, de porta a porta, com uma caneco de aço inox e respectivas medidas ás costas, durou pouco este emprego, que era com cama comida e roupa lavada, a comida era composta quase em exclusivo por abóbora carneira, que me deitou abaixo das canetas, e assim, regressei á terra; logo de seguida para não arrefecer e como era um período em que havia muito trabalho no campo, altura da poda das vinhas, aí vou eu para a quinta do ricaço da zona trabalhar de sol a sol, daí passados cerca de três anos foi a minha casa um senhor que tinha uma padaria em Paredes de Alenquer, falar com a minha mãe para eu ir trabalhar para ele(o meu pai tinha-se entretanto suicidado), e aí vou eu ,também como interno para uma nova aventura, primeiro como vendedor, de porta a porta, com um ceirão em cima dum burro e pelas encostas da zona, lá andava eu vários kilómetros por dia, passado algum tempo, passei a ajudar a fazer o pão, mas continuava na distribuição ,normalmente ia agarrado ao ceirão do pão e nos vários percursos onde não havia casas ou clientes cantava ou assobiava para não dormir, mas ás vezes era traído pelo sono e ia andando e dormindo o burro deixava de me ouvir , parava e lá batia eu com a cara no rabo do burro, e é de salientar que quando começava a venda, era noite, por volta das cinco da manhã, chegava a casa ,almoçava e seguia uns dias á moagem á farinha outros à lenha com a carroça com dois burros, por duas ou três vezes que me despedi mas o patrão passados alguns dias lá me ia convencer a regressar o que até nem era muito difícil pois ao fim d alguns dias de enxada na mão, já estava farto dela, e foi este o meu fado, também me deram um percurso alternativo para a venda, quando o meu colega foi para a tropa, tiraram o motor a uma motorizada que tinha também pedais e aí vou eu, aquilo só o peso da bicicleta já chegava para carregar um homem quanto mais com os cestos carregados mas enfim já era uma melhoria, passar de burro para bicicleta, até que, acabado de fazer dezoito anos sou desafiado por um vizinho a alistar-me na Marinha, pois com esta idade já podia ir como voluntário, nem esperei mais, fui saber das papeladas que todos tivemos que tratar, e eis-me Fuzileiro, ficando acampado no campo de futebol do Alfeite a partir de 17-03 1965, até as casernas em Val de Zebro estarem prontas. A minha estadia nos Fuzileiros foi um desastre total conforme já contei no blogue da Companhia 2 de Fuzileiros.
E agora Camarada e Amigo Mário Manso, perguntas porque é que este gajo me vem com esta história? Pois a explicação é simples, acabei de ler um livro que comprei á cerca de duas semanas na nossa Associação, e achei a história daquele rapaz chamado Esquelas, com algumas semelhanças com a minha, pelo menos até á entrada para os Fuzileiros, que não me contive e achei por bem compartilhar contigo esta minha história.

Recebe um grande abraço, com votos de Boas Festas
Virgílio Miranda

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

É A RAZÃO DAS MINHAS RAZÕES

Mulheres nos Fuzileiros, não! Obrigado.

Poderia começar por dizer, não na lama, sim na cama. Mas como tenho o maior respeito pelas mulheres, nem sequer quero colocar em causa as suas capacidades, seja onde for. Mas sinceramente, eu gostaria de saber que mais-valia trazem há operacionalidade das Forças Armadas, muito especialmente, nas suas forças de elite? Penso, que ninguém com bom senso, encontrará razões razoáveis, que leve a aceitar de ânimo leve a sua incorporação nessas forças. É apenas, uma das muitas formas levianas, que os politiqueiros da nova geração encontraram, para mostrarem uma vertente democrática dando satisfação a um real; fadista que nem sei se terá feito o serviço militar, e se o fez, não deve ter sido a dar e levar, mas talvez só, a cantar. Infelizmente, temos um país cheio de papagaios que vão conseguindo dar música, embalando e anestesiando uns quantos. Quererem mostrar que estão a dar vida à democracia desta forma, é uma pura hipocrisia. Mas será, que não há outras decisões muito mais importantes e prementes, a que deviam prestar mais atenção! Essa frase “dignificadora” do ser humano, todos diferentes, todos iguais aplica-se nos direitos e nos deveres! Mas afinal, quantos atropelos não são feitos nessa matéria, todos os dias! É na prática, uma treta, que de forma indiscriminada, se franqueiem as portas a torto e a direito (Como se as forças armadas tivessem alguma semelhança com as docas) apenas porque talvez faça jeito a alguns mandantes no encaixe de algumas mulheres em lugares para os quais, sinceramente, não estão vocacionadas. É errado, acrescentar mais problemas às Forças Armadas, porque pela sua natureza, já lá estão instalados, e nada justifica agravá-los.
A destreza com que determinadas forças devem enfrentar as situações, para o qual foram preparados, não se compadece com umas quantas interessantes perfeições anatómicas das mulheres. (Está dispensada do lodo e da piscina por causa do período, não faz o obstáculo tal e tal) Porquê? Pois é! Rastejar por debaixo do arame farpado também não, porque as mamas não facilitam nada e se forem avantajadas, pior. Mas afinal como é? A igualdade fica logo distorcida, e a instrução comprometida. De que forma é que se justifica, os gastos com as adaptações, que são necessárias fazer para albergar as mulheres? Quando os cortes em coisas essenciais, para que as pessoas tenham alguma qualidade de vida, é o pão-nosso de cada dia. Mas aí, não se importam com a falta de igualdade, dos direitos, e da tal hipocrisia que é admitida na nossa democracia.
Fiz duas comissões na guerra colonial e se transportar este folclore, com as personagens que lhe querem impor, para esses tempos, quer nos teatros da Guiné, Angola ou Moçambique, digo sem faltar à verdade que não, porque houve muitas situações, que não comportava a inclusão do sexo feminino. Por exemplo - a operação de 76 dias na ilha do colmo na Guiné, estar por exemplo algumas horas debaixo de fogo, transpor o tarrafo, ou ficar enterrado na bolanha nos diques do arroz, ou entrar noutras, de 10 e mais dias, nas matas ou rios das outras províncias. Há muitas outras formas de lhes manifestar simpatia, sem as expor às incongruências da guerra para que ninguém foi talhado. Os constrangimentos que a vertente feminina trazem às forças especiais, são muitas, e fortemente limitativas à disciplina, logo, ao bom desempenho que se objectiva.
Não quero deixar de manifestar todo o meu respeito e apreço, pelo trabalho desenvolvido no apoio aos feridos, pelas enfermeiras pára-quedistas ou de todas as outras que desenvolvem as suas tarefas nas forças armadas, mas protegidas das situações mais musculadas de tais forças.
Não estamos em guerra, nem falta pessoal (porque até deixou de ser obrigatório o serviço militar) para que seja necessário incorporá-las nas forças de elite, muito especialmente, pela protecção que o sexo feminino merece, é coisa que pouco ou nada as dignifica, ou o País carece.

Irei trazer nos próximos dias a situação a que aludo, também de forma versada.
Muito respeitosamente.

Mário Manso