quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

EFEITOS DE UMA GRANDE AMIZADE

Acreditem meus amigos
Que me sinto reconfortado
Com todos estes artigos
Foi um homem sacrificado
Lutou contra todos os perigos
E continua filho enjeitado

O Fuzileiro José Parreira
Que toda agente conhece
É amigo da brincadeira
Mas ele nunca arrefece
Porque amizade verdadeira
É para sempre, e não esquece

Era uma missão sem contenda
Com um objectivo especial
Estava de novo na senda
Cai na emboscada crucial
Sem que ninguém o entenda
Cumpria-se uma lei marcial


Ao alinhavar as frases anteriores, eu quis que versejassem, porque pretendi homenagear o meu grande amigo, José Manuel Parreira, autor dos poemas que a seguir incluo nesta postagem. É provável, que nem todos entendam, mas afloram, a (sem) razão, dos cinco tiros com que o marcaram e quase mataram. Valeu a pena ter também contribuído para que se fizesse a sua recuperação a tempo de se salvar, valeu a pena quanto mais não fosse, para hoje nos deliciar com os seus deliciosos versos entre eles, os que chamou de ignorância, Obrigado Zé

IGNORÂNCIA

Alô senhores governantes
Lembrem-se por uns instantes
Dos Combatentes Veteranos
Lutámos até a exaustão
Para defender a Nação
Durante anos e anos.

Utilizam a ignorância
Quase não dão importância
A quem por lá tanto sofreu
Um jovem com pouca sorte
Foi lá encontrar a morte
E o que é que a Nação lhe deu?

Herói foi o titular
De alta patente militar
Que nunca foi a combate
Mas queria o «Zé» aprumado
De G-3 e camuflado
Quando tocava a «rebate»

Quantos com tanta paixão
Deram a vida á Nação
Não voltando mais a casa
Até na morte há distinção
ELES vão para o Panteão
E o «Zé» fica em campa rasa.

Não julguem que me lamento
Por ter tido tanto sofrimento
E ter tido a morte por perto
Meus eternos companheiros
Camaradas Fuzileiros
Um oásis no deserto.

Deviam ser mais humanos
Não traírem os planos
De quem por eles lutou
E estes jovens Portugueses
Que comeram tantas vezes
O pão que o diabo amassou

Nas províncias Ultramarinas
Balas, granadas e minas
Tudo serviu para matar
Foi assim a triste vida
Muitos só tiveram ida
Não conseguiram voltar.

Se alguém de boa memória
Quiser escrever a história
Dos antigos Combatentes
Dêem ênfase a este caso
Que foi o Soldado «raso»
Que fez as grandes «patentes»

QUEM ANDA NA FRENTE DE GUERRA SÃO OS SOLDADOS,
QUEM RECEBE OS LOUROS, SÃO OS GENERAIS.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

QUANDO A AMIZADE TEM VERDADE

Olá meu caro Amigo Mário Manso. Quis o destino que um dia em Angola, nos tivéssemos cruzado numa das nossas espinhosas missões. Não tendo sido numa situação agradável, acabou por contribuir fortemente para que nos uníssemos até aos dias de hoje. Cimentada esta grande AMIZADE, a determinada altura começamos a trocar impressões sobre as nossas vivencias de guerra que passamos nos FUZILEIROS, testemunhos esses que acabaram por ser transportadas para o papel, e dado um forte contribuído para que o nascimento do livro (FUZILEIROS FORÇA DE ELITE) seja uma realidade pela mão sábia do escritor e co-autor, o nosso grande amigo ele também um grande FUZILEIRO, Dr. ILÍDIO Neves Luís. Conseguido este objectivo, debrucei-me sobre a vasta obra poética do meu Amigo Manso tendo começado, por arrasto, a alinhavar umas sentenças ou opiniões, que levaram à construção também, de alguns (poemas) que aqui deixo, à mistura com um grande abraço deste vosso Amigo José Parreira.

Houve gente de má fé
Que não protegeu os Fuzileiros
Em muitas ocasiões
E ignorando até
Que fomos nós os «garimpeiros»
Do ouro dos seus «galões»

E nas muitas emboscadas
Com as almas despedaçadas
Se me safar volto a «Coina»
E de nós os mais sortudos
Chegamos a ter como «escudos»
A âncora da nossa Boina

Sofremos nas emboscadas
Com as fardas todas molhadas
Ora deitados ora de pé
Disto vocês sabem tudo
Chegamos a ter como «escudo»
Só a pala do boné

«Baile de Verão»

Depois do curso acabado
E a Boina ter conquistado
Armamos cá um banzé
Mas o pior estava guardado
Umas botas de atanado
Um fato camuflado
E uma G-3 P’rá Guiné

Fiz tanta pista de lodo
Vinha de lá preto de um todo
Talvez recorde no quartel
Estava lá sempre um tenente
Que dizia a toda a gente
«O lodo faz bem a pele»

Quantas vezes eu pensei
E tantas lágrimas chorei
Tão longe da minha terra
Falando com os meus botões
Quem seriam os «cabrões»
Que inventaram a guerra

Quando um tiro traiçoeiro
Tombava um Fuzileiro
Manchava de sangue a terra
Erguíamos os olhos aos céus
Como que a rogar a Deus
Para acabar com a guerra.

Depois da guerra parar
Tivemos que confirmar
Mortos foram muitos mil
Um beijo para todas as Mães
Um abraço aos Capitães
E ao 25 de Abril.

«A PAZ MAIS DESVANTAJOSA É MUITO MELHOR.
QUE A GUERRA MAIS JUSTA»!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O QUE OFUSCA A DISCIPLINA

O espírito de corpo, a lealdade, a camaradagem, e solidariedade, são valores que fazem parte da estrutura moral dos Fuzileiros, mas, quando por desconsideração dos homens, esses portes determinaram rebeldias e ofuscaram por vezes, a tolerada disciplina; que por regra, se queria cega, surda, e muda. Quando foi preciso defender princípios, mesmo que nem sempre bem ajuizados, ”por falta de tempo” a ética foi sempre determinante quando esteve em jogo a dignidade humana, ou a sobrevivência de direitos mais alargados, a que nos julgámos com direito.
É assim, que surge a resposta a uma continuada diferenciação no tratamento dado a todas as praças, (Grumetes Marinheiros e Cabos os abaixo da linha de água) embarcados no fiel depositário Vera Cruz a caminho de “Angola é Nossa” com que nos iam encharcando os ouvidos, tentando mentalizar ainda mais a evidente ignorância, dos filhos de um povo sofredor e inculto.
A bordo, seguiam mais de dois mil e quinhentos homens, nas refeições servidas, só alguns eram tratados com dignidade, daí resulta, que ao terceiro dia de viagem ao almoço, o pessoal (menor) de Marinha embarcado, composto por um Destacamento de Fuzileiros Especiais mais uns quantos para rendição individual de outros Fuzos e ainda, um grupo de camaradas de outras especialidades destinados a substituir a guarnição de um patrulha, resolve não almoçar.

Ao desagrado que todos aqueles filhos da escola interiorizavam, era só preciso tirar a cavilha e fazer explodir a injustiça acumulada, sentida por todos; não tanto pela rapaziada do exército mas, entendia-se muito bem as dificuldades que eles tinham para tomarem uma qualquer atitude de desagrado relativamente à lavasquice que de forma continuada, nos apresentavam para comer sem qualquer alternativa e sem termos sequer direito, a recusarmos tragar aquela refeição tão discriminatória e até aleatória dos princípios, da mais elementar justiça. Reagimos e não aceitamos que de ânimo leve, conspurcassem a nossa dignidade.
Os Fuzileiros, tinham no seu grupo camaradas que já tinham alguns anos de marinha, um deles, tinha pertencido à guarnição do único navio que fez frente à Marinha Indiana quando da invasão de Goa de seu nome Manuel Garcia “o Vinhais” é com este camarada que de imediato me tentei envolver, pedindo-lhe numa primeira fase, para que, ele tentasse averiguar do que tratava o almoço nesse dia. Este camarada movimentava-se bem no meio do pessoal ligado à cozinha, tarimba que lhe advinha da sua veterania na Briosa. Aqui presto homenagem, e à sua memória.
A resposta quanto à ementa do almoço, surge de imediato, com a triste novidade de que era o mesmo que tínhamos comido, quando um grande número de rapaziada se não sentiu muito bem (muitos com desarranjos intestinais). Era mais uma vez aquele bofe. (o trivial para os cães de hoje) Tinha bala na câmara e o dedo no gatilho, e propôs-lhe não comermos, ele, mais maduro e mais consciente, (eu com os imaturos dezoito ele com vinte seis) diz-me logo que eu era maluco e que nem pensar, porque era muito grave e seria considerado um levantamento de rancho (o que em terra, leva à substituição do comandante) etc. etc. Mas os argumentos eram pouco convincentes, e tinham pouca lógica para desmotivar a minha indignação, e porque não estava nada de acordo com tão medonho pessimismo, continuei a sustentar os motivos. A minha ignorância tinha dois fortes aliados: a descriminação e ingratidão com que estávamos a ser tratados, é assim que de braço dado fui insistindo, argumentando das nossas razões! Estávamos praticamente no início da viagem, e seria muito mau para todos ter que aguentar aquela treta até ao fim, etc. etc. Tantos tiros lhe dei, que ele acabou por se render (no bom sentido claro) e aceitou alinhar na estratégia que lhe tinha sugerido, que foi, colocarmo-nos nas partes laterais da escada que dava acesso à sala de jantar por onde passava só a plebe, e ali passarmos a informação a todo os Filhos da Escola, ninguém come, ninguém come repetidamente, eram apenas as palavras que cada um de nós ia dizendo aos camaradas, que nas escadas de acesso à majestosa sala de refeições iam passando por nós, e a quem cabia preencher as primeiras mesas daquela grande sala de jantar que ia de bombordo a estibordo e onde comia quase um terço de cada vez, da grande maioria do pessoal menor dos Militares embarcados.
Ninguém comeu absolutamente nada e o nosso descontentamento estava demonstrado. Entretanto, não deixou de haver algumas situações caricatas como por exemplo, soldados a pedirem-nos algumas coisas ou mesmo, um dos nossos a querer comer a fruta (que até era boa) mas, estando ao meu lado, lhe prometi de imediato um murro no focinho se ele o fizesse, e foi assim que se conseguiu dar voz a todos aqueles autistas por imposição, mas conscientes da razão de que pelo menos na guerra, todos deveriam ser mais idênticos. Porque para além dos galões, das divisas e de todas as hierarquias, todos eram homens mais ou menos iguais a nascer. A morrer, ninguém podia saber, mas porque não, iguais no comer?!
O que se passou logo que a notícia chega aos ouvidos do Comandante Bandeira, foi de imediato, sermos convocados, para formar junto à saia da chaminé, local destinado ao pessoal de Marinha embarcado. Prontamente, aparecem os responsáveis e todos os outros figurantes, que não se propondo fazer qualquer representação, apenas queriam colocar em cena o direito à indignação, resistindo à humilhação sem qualquer presunção. Por isso não aceitámos as insinuações com que nos quiseram vergar, mesmo quando o Cmdt. da nossa unidade tentou aliciar, alguém que quisesse ir comer, dizendo que saísse da formatura. Ninguém vacilou, não houve passos em frente e muito menos à retaguarda. No entanto, pelo respeito que nos merecia e merece ainda hoje passados quarenta e quatro anos o nosso Comandante, aceitámos ir ao refeitório fazer que comíamos, depois de nos ter dito que tentaria que se alterasse a situação, fomos, mas apenas misturamos a comida.
Se o objectivo não foi totalmente conseguido, obtivemos seguramente, um olhar diferente de outra gente, que nos julgara mais indigente, e a camaradagem, ficou mais consistente. Se no mar alto as hostes abalaram, também os inteligentes golfinhos, nos saudaram.
Como muitos outros, o meu Cmdt. foi um grande condutor de homens, disciplinado e disciplinador, a quem nunca vi indícios de medo, e incutia muita confiança aos seus homens, onde o barómetro da moral se mantinha sempre em alta. Não é, uma análise de conveniência porque não tenho estatuto para ser promovido ou destituído, se não me castigou, quando podia e sem dar contas a ninguém, não seria agora que o iria fazer. Com ele fiz duas comissões, e mesmo já fora de prazo, faria a terceira, porque os valores de camaradagem que uma guerra propôs a muitos de nós, foi apenas e quase só para a grande maioria, a grande dádiva, que vai perdurar entre Comandantes, Sargentos e Praças, para todas as suas vidas.

O Esquelas e o Vinhais, como todos os seus iguais, foram leais, mostraram dignidade, camaradagem e espírito de corpo. Deu para ver quanto a união faz a força. Não comer é triste, mas é um direito que a todos assiste, quando a desconsideração insiste, a indignação resiste, e é também para isto, que a dignidade humana existe.
Pena é, que o homem, não saiba em conjunto, utilizar a força que tem dispersando-a muitas vezes de forma tão pouco dignificante.

Um povo humilde e inculto, é sempre mais moldável até na hora do indulto, mas quem não reage ao insulto?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

HOMENS que nunca morrem! - Ricardo Ferraz

Os homens retêm na memória momentos de glória, ou da mágoa de uma qualquer história. Eu tenho vivo no meu arquivo da glória, um homem que na Escola de Fuzileiros deixou um cunho muito acentuado. Ricardo Ferraz era tramado, ninguém podia estar descuidado, porque era logo entalado. Para quem não saiba, foi durante décadas o professor de boxe da Escola de Fuzileiros. Contribuiu para que, em muitas das contendas em que os Fuzos estiveram envolvidos, os KO’s, mais ou menos técnicos, surgissem quase sempre antes do último assalto, porque os nossos adversários, ou iam ao tapete, ou abandonavam o combate e o ringue.
Enquadro agora um episódio de que fui interveniente. Tinha-se já definhado o sábado e eram já 01h30 de um domingo do ano de 1963 (poucos dias antes de ir para Angola) e no trajecto que fazia a pé da feira popular para o Poço Bispo, já no fim da Av. do Brasil perto da rotunda do relógio, surge de dentro das árvores ai existentes um grupo de três amigos que de forma inusitada disparam uns palpites pouco abonatórios aos meus dois camaradas que mais à frente com eles se cruzaram; tendo ficado a fazer um xixi, eu vinha mais atrasado. Quando chego junto deles, o conflito verbal estava já muito aceso, e se até ali eram três contra dois passámos a estar em igualdade. Coloquei de parte a ideia de exercer a função de bombeiro e, de imediato, confrontei o mais matulão, insurgindo-me contra a provocação desencadeada, dizendo-lhe que mereciam todos um par de murros na tromba. A intimidação continuou com afirmação, de um deles, de que o grandalhão era campeão de boxe do Sporting. O herói, de imediato, tenta atingir-me com um soco, em que era perceptível a técnica do boxe. Eu tinha já um ano de instrução, havia há pouco terminado o curso de Fuzileiro Especial e desde a recruta que sempre me foi simpático ir para o ginásio dar e levar com as luvas de dez onças no nariz, tendo até, sido escolhido no dia do juramento de bandeira para representar o boxe. Como o receio de se levar um murro era inexistente, porque já se tinha levado e dado vários, sobre a batuta do velho mestre, que incansavelmente nos elucidava da melhor forma de utilizar os punhos, e de que a melhor defesa era o ataque (mas, sem nunca descurar o valor e o respeito pelo adversário). Estes conselhos foram determinantes para levar de vencida o tal artista que se pintou com o seu próprio sangue que lhe jorrava do nariz. Por falta de juiz de ringue, e de assistência, perguntei-lhe às tantas, se queria mais, ou se ficávamos assim. Unanimemente os três pediram desculpa e seguiram também a pé os seus destinos tal como nós, que por falta de transpores àquela hora seguimos o nosso percurso.
Foi um privilégio para quantos puderam conviver de perto com a violência das suas carícias, ter tão exímio professor, que mesmo não ensinando matemática, ou português, ajudou com uma disciplina, que muito contribuiu para dignificar os Fuzileiros e a instituição, defendendo a vida, que também se escreve com letras, ou a dignidade que em certas alturas valeu todo o dinheiro do mundo. Foi assim que muitos amigos se gladiaram esmurrando-se algumas vezes mas, sem que isso tenha desvanecido a camaradagem e amizade, que ainda hoje continua forte e a recomendar-se.

Lembro-me de, num dos nossos encontros nacionais, termos estado a conversar envolvidos num grupo de vários camaradas, e onde ele ainda continuava a colocar à prova os nossos reflexos, levantando um braço para abrir o caminho, e com o outro nos colocar o punho no estômago, a sua tentativa em mim não surtiu efeito, porque eu naquele momento tinha recuado umas dezenas de anos e tinha presente o quanto ele gostava de nos fintar. E disse-me assim: olha! Fico feliz, porque tu foste um dos muitos por quem valeu a pena eu gastar o meu latim, porque não descuidas a tua defesa. Foi uma daquelas conversas inesquecíveis, porque rimos, e chorámos quase das mesmas coisas, sem conseguirmos envergonhar, ou controlar os nossos sentimentos.
Quando morreu, foram os seus Fuzileiros como ele carinhosamente dizia, que aos ombros o conduziu à sua última morada. Como homenagem, fiz-lhe na altura, cinco versos, acrescentei hoje mais um, para que representem a década em que o conheci. Espero também, que possam contribuir par iluminar a estrada, da sua nova caminhada, para que o seu espírito o percorra em paz.

Homenagem ao Mestre Ferraz


terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A nossa Associação de Fuzileiros


FUZILEIRO UMA VEZ, FUZILEIRO SEMPRE!!!

A nossa Associação é o resultado vivo do empenho e determinação de uns quantos Fuzileiros que, em boa hora, no ano de 1977 resolveram escriturá-la. Rendo, aqui, a minha homenagem aos que já partiram, e o meu grande abraço aos que, felizmente, ainda estão no seio dos vivos. Foi um passo grande e entusiasmado, mas muito tarde concretizado! Tenho escutado, de alguns mais incrédulos, variadas razões e interpretações, mas como a nossa Associação não se quer enfeudada a políticas, religiões ou clubes, eu não dou chucha, não alimento, nem alimentarei polémicas nessas áreas. Quando confrontado por camaradas de Associações de outras armas, com a estranheza de termos nascido tão tarde, comparando com eles, que se constituíram logo a seguir ao 25 de Abril sem problema eu dou-lhes, como resposta, que isso mostrou que continuavam, no tempo, a serem considerados inofensivos. (Se os Fuzileiros desorganizados são perigosos, organizados, serão ainda mais). É assim, sem tiros, que respondo com elevação e alguma verdade à suposta veterania, porque os Fuzileiros são herdeiros da força mais antiga constituída (1585) com carácter permanente em Portugal, e cuja fundação remonta a 1621. Por algumas razões, “que não são inventadas” é que todas as outras forças, formam à nossa esquerda.

Se os arautos da desgraça tivessem presente que, se os Fuzos não estão vocacionados para fazer golpes de Estado, enquanto militares, muito menos através de uma civil Associação de classe, apenas congregadora de ideais.

Por ser essa a sua postura, e muito bem, o seu comportamento em determinada altura depois do 25 de Abril evitou que algo de mais grave acontecesse. Não seria, pois, uma Associação civil e desarmada, que envergonharia a Armada.

E assim, só em 2000 se realizaram as primeiras eleições, da qual saiu a designação dos seus órgãos sociais. Os actuais representam o quarto mandato e avizinha-se o seu término no “final de Março de 2008”

Aproveito para convidar todos os camaradas que, por qualquer razão ainda não se fizeram sócios da Associação, coloquem de parte os motivos, porque tem mais força, a força da razão, do que a razão da força. Penso eu que as causas porque somos Fuzileiros são enormes, comparadas com alguma pedra que tenha ficado no sapato. Esperamos, pela alegria de vermos por cá, mais elementos desta família especial que nós somos.