terça-feira, 27 de maio de 2008

OS MORTOS E OS VIVOS



SERVIRAM PARA MORRER E MATAR
SEM NUNCA QUESTIONAR A RAZÃO
NÃO MEREÇEM A JUSTIÇA A DEFINHAR
PARA QUEM TEVE A VIDA AO SERVIÇO DA NAÇÃO

Já vai sendo tempo
Para que os vivos e os mortos
Deixem de ser vistos com olhos tortos
Mas com tanta preguiça
A justiça dos homens torna-se na negação
Da verdade e da razão
Faça-se justiça
A toda uma geração
A quem a guerra fez sofrer
Fez matar e fez morrer
Quantas paixões
Cheias de ternura cheia de amores
A que se não deu vida
Porque cedo lhes pararam os corações
Porque valores
Porque razões
Altruísmo foi coisa que não faltou
Porque muito se morreu
E muito se matou
São mais de uma dezena de milhar
Os nomes prostrados e alinhados
Nas lápides colectivas
Que insensíveis e sem defesa
São muitas vezes humilhados
Por gentinha sem razão
Sem princípios e sem educação
E sem noção do sofrimento
Vão continuar sem respeito
Por aqueles que foram os melhores da nação
E de quem só resta o nome
Escritos no mármore frio que envolve o forte
Que na lembrança de muitos vivos
Ainda cheira ao sangue que antecedeu a morte
De todos quantos lá vão continuar
Com os seus nomes sem vida
Á chuva ao sol ou ao luar
Na mente dos seus companheiros
Dos ainda vivos Soldados e Marinheiros
Eles vão perdurar
Porque o verdadeiro humano
Nunca deixa de sonhar e lutar
E não esquece quem merece
Há razões que ninguém tira
Pelas virtudes e pelos defeitos
Os direitos vão estar na mira
Até que sejam satisfeitos
Às razões dos combatentes
Ninguém deve ficar indiferente
Foi com a vida que estiveram presentes
Milicianos e do quadro permanente
Na retaguarda e na linha da frente
Foi de todas as classes e patentes
E a justiça tem que acordar a sua vertente
Porque tarda reconhecimento aos combatentes
Mas todos unidos de sul a norte
Vamos conseguir a vitória final
Honremos os camaradas com menos sorte
Que na guerra ou não, já encontraram a morte
Mário Manso