quarta-feira, 5 de novembro de 2008

PARA TUDO HÁ UMA PRIMEIRA VEZ:



No encontro nacional de Fuzileiros deste ano, “2008” mais uma vez, tal como outros camaradas, andei ocupado nas tarefas que me tinham sido confiadas, e lamento não ter disponibilidade de tempo para poder dar mais atenção aos filhos da escola que gentilmente mostravam interesse em conversar comigo. Se há coisas que gosto, é a de falar com todos aqueles que mostram algum interesse para um salutar bate papo e muito especialmente, sendo da família Fuzileiro. Mas este ano, aconteceu uma coisa que muito me sensibilizou. Depois de terminada a minha última tarefa na coordenação dos meios aquáticos, “anfíbios” e ao passar na zona em que se reunia o pessoal que veio de autocarro do núcleo do porto, abordei um camarada de armas, que numa cadeira de rodas ali esperava pelo embarque de regresso ao porto, estava acompanhado da sua esposa e do cunhado Peniche, também Fuzileiro. A hora do reembarque aproximava-se, e a conversa não podia ser longa, mas das breves palavras trocadas deu para ver da enorme e emocionada satisfação que aquele camarada reflectia. O contentamento era muito grande por ter voltado à nossa Escola que tanto contribuiu para ser o homem lutador que é, e logo ali prometeu que para o ano cá estaria de novo. Foi bom conhecer mais um elemento da família fuzileiro, neste caso particular, a quem o azar bateu à porta de forma muito violenta. Deixou-o com muitas limitações físicas, mas não abalou o seu orgulho de ser FUZILEIRO. A força anímica como enfrentou o infortúnio, resultado do acidente que o vitimou, é uma lição de vida. Também por isso, fazes parte do nosso orgulho e dos nossos valores. Fiquei logo, um pouco impressionado com aquele contacto, mesmo sem termos abordado as razões que determinaram parte da sua actual dependência.
Para além de ser a nossa primeira troca de palavras pois nunca o tinha visto, algo ficou para desbravar e pensei que iríamos estar muito tempo sem nos voltarmos a falar. Passado uns tempos do evento, recebo uma carta e que também, não esperava tão amistosa. Não foi certamente, apenas, por lhe ter dedicado alguma atenção!
Cada vez mais, me arrependo menos, de não me limitar no contacto com os camaradas da minha “nossa” guerra, mesmo sendo a primeira vez. O exemplo deste e outros primeiros contactos, contribuirão certamente para ajudar no futuro a ultrapassar algum eventual constrangimento de parte a parte. E quem sabe, se com a atenção que dei a este Filho da Escola, não terei contribuído para suavizar a falta de ligação que ele sentia em relação à família Fuzileiro!
Espero sinceramente, que esta postagem, pelo menos ocupe com prazer, “quem sabe” uns minutos da tua vida!


AQUI TE DEIXO UNS SIMPLES VERSOS, QUE MESMO REFLECTINDO MAL O QUE ME VAI NA ALMA, É O QUE TENHO PARA SELAR UMA AMIZADE.

LAU NOME DE GUERRA

És Homem com sentimentos
Com muita vontade de viver
Depois de tantos tormentos
Nunca te deixastes abater

Quero-te pois agradecer
Seres o fuzileiro que és
E também reconhecer
Que não te afogas em marés

O pouco da tua história
Que eu fiquei a conhecer
Enriqueceu-me a memória
E jamais a vou esquecer


A capacidade de luta
Que conseguiste conquistar
Deu-te uma força resoluta
Que não te deixou despistar

O teu ânimo é espectacular
Tem atitude e perseverança
Nunca te deixaste anular
E tiveste sempre esperança

Um fuzileiro nunca desiste
De lutar arduamente
E se a dificuldade persiste
Enfrenta-a e vai em frente

Valeram os ensinamentos
E a tua força interior
Para vencer sofrimentos
E não te sentires inferior

És forte e determinado
Tens valor és positivo
Não tens o espírito minado
És um exemplo construtivo

Do Amigo Mário Manso