sábado, 29 de dezembro de 2007

DEMBOS (5)

Em posição aprumada,
A render homenagem
A este símbolo da Armada,
Exemplo de camaradagem!

DEMBOS (4)

Tudo sabia fazer,
Só bastava treinar.
Depois era só dizer,
Começava logo a reinar.

DEMBOS (3)

Em plena preparação
Que ele tanto gostava.
Com a sua elevação
Com que também alternava.

DEMBOS (2)


Era muito especial
E nunca dizia não,
E no momento crucial
Estava em cima do colchão.

DEMBOS (1)


Foi sempre grande amigo
Inseparável companheiro,
Estava sempre comigo,
Prontidão de Fuzileiro!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Viva 2008 Com muita saúde paz e amor

Oito versos de propósito
Por respeito ao novo ano
Que não seja um depósito
De lixo para ir pró cano

Mais um ano que termina
E outro que vai aparecer
Mas este que se definha
Está na hora de morrer

Venha outro mais capaz
Que nos dê mais alegrias
Que seja um bom rapaz
E com menos alergias

Para os nossos governantes
A quem tem faltado vergonha
Estando do povo distantes
Voltem ao bico da cegonha

O povo já não acredita
Nas promessas de solução
Porque toda a gente grita
Que é tudo uma ilusão

A todos os meus amigos
Eu desejo do coração
Que recusem os perigos
Que afligem a nação

Um novo ano mais capaz
Que traga saúde s sorte
Para os amigos deste rapaz
Sejam do sul ou do norte

Um bom ano de verdade
Para todos sem excepção
E mantenham a amizade
Que vos vai no coração

SEJAM FELIZES.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

As marcas da guerra

Umas boas e outras más, serão variados os estigmas que a contenda deixou em muitos milhares de homens da minha geração. Tenho, para começar, uma referência a um amigo de verdade, de nome Dembos, meu fiel e dedicado companheiro e que, passados dezenas de anos, é ainda motivo de conversa entre aqueles que mais de perto, puderam aquilatar da sua inteligência: “muitos dos camaradas que fizeram comigo a segunda comissão”. Seria fastidioso estar aqui a relatar as situações mais emblemáticas de um relacionamento bastante digno entre dois animais, entre os quais se não se percebia muitas vezes, quem era o mais, ou menos racional. Tenho saudades desse animal especial a quem dei um nome, com que quis homenagear quem nessa operação muito sofreu e morreu “Libanio da Silva Amorim” zona, onde aos dezoito anos me quiseram matar; “mata vinte e oito de Maio “Nambuangongo” que era, o santuário da guerrilha de então, os Dembos. As palavras aqui escritas deixam camufladas um manancial de peripécias, de uma riqueza tão genuína que, mesmo em hora de azar, não dá para ir à casa de penhores trocar por outros valores, porque não têm cotação neste mercado, sem valores, em que, vamos cada vez mais, estando inseridos. Por tudo o que não fica dito, umas fotos desse Amigo ajudarão a compreender uma grande e recíproca amizade.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Quem sou.

Quem sou eu?
Mário Henriques Manso, nome de guerra, o Esquelas:
Nasci no lugar da Figueira, Freguesia da Graça, Concelho de Pedrógão Grande, Distrito de Leiria.
Aos onze anos, concluí a minha carreira académica. De imediato, assentei praça numa padaria pertença do Presidente da Junta de Freguesia. Aí enfrentei as primeiras grandes dificuldades, para ter direito à vida, à comida e à dormida, de forma imposta e sem direito a resposta. Não havia qualquer contrato e, tão pouco, direito a bom trato.
Logo que me foi possível fugir a tão triste servidão, com torrente de escravidão, avancei para Lisboa, Capital do Império. Aterrado e desamparado, cairia para qualquer lado, não tinha alternativas. Uma era em que a defesa era diminuta, para jovem tão pouco arguto e sem estatuto, é assim, que ainda menino e franzino, marçano, foi o destino.
Defendi-me como pude, das emboscadas, das pancadas, e das chiqueiradas organizadas. É assim que no labirinto Lisboeta fui sobrevivendo até 13/09/1962, meu primeiro dia de inspecção no Corpo de Marinheiros, onde fui apurado e voluntário para a especialidade de Fuzileiro. Durante um ano, fiz os cursos que estavam ao meu alcance, tempo que durou a minha preparação para me candidatar a morrer ou matar. Em 1963 avanço para Angola num Destacamento de Fuzileiros. Em Março de 1964, sou naquela província, o primeiro ferido em combate. Regresso em fins de 1965 e em 1966, de novo, volto numa segunda comissão Angola. Em 1968, regresso esperançado em continuar em frente na carreira militar. A próxima etapa seria o curso de Sargento mas,”ao qual ainda fui obrigado a ir às provas”, por não aceitar que um oficial tenha abusado da autoridade que não lhe reconhecia, utilizando de forma menos honrosa poderes morais, que não tinha, saí da Marinha.
Trabalhei na TAP trinta e seis anos, de onde estou aposentado mas não amargurado.
Desde as primeiras eleições para a Associação de Fuzileiros que nela tenho tentando fazer o melhor que posso, para que o bom nome dos Fuzos se mantenha vivo e actuante, para que ninguém desta família se sinta distante.Como se pode comprovar, dos Fuzos não consegui zarpar e aqui estou a tentar comunicar, sem chatear, espero bem!, com todos os que gostem dos Fuzileiros.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Não há amizade sem verdade

Há palavras que, pelo seu conteúdo, têm um peso enorme nas nossas vidas. E, quando depois de muitos anos, tivermos alimentado amizade sem verdade, e chegarmos à conclusão que ela foi uma ilusão! Leva-se um tremendo trambolhão.
E a situação foi mais clamorosa, porque se passou com um camarada de armas. Aconteceu comigo, andei dezenas de anos com um amigo, apenas construído no meu imaginário, porque com ele ombreei nas dificuldades da Recruta, do ITE e por fim, no Curso de Fuzileiro Especial, (conquista da nossa boina); só não estivemos nas mesmas unidades de que ambos fizemos parte na guerra do ultramar. Felizmente, que é o único caso nas minhas amizades que, com mágoa minha, foi uma ficção.
E só depois de quarenta anos e por razões pouco razoáveis, cheguei a esta conclusão. Custou-me mas, apenas, sei que tenho bons amigos: uns pobres e, ao mesmo tempo, muito ricos e, outros, quase só ricos; uns com mais academia, outros com menos cultura. Para mim, todos diferentes, todos iguais. Desculpem-me esta nostalgia, mas os amigos servem para partilharmos também as nossas mágoas. E porque não, falarmos delas!
Tenho uns quantos versos sobre a amizade, hoje vão seis.
Um abraço quente, em tempo de frio. É como um cálice de aguardente, que nos alivia, as agruras da mente!

A amizade tem tanta força
Que até a razão desconhece
E por ser tão sublime
Nem a enzima envelhece.

Quando ela nos bate à porta
Logo lhe abrimos os braços
No momento pouco importa
Se nos irá criar embaraços.

Não confiar cegamente
Até ver se é verdadeira
Tudo na vida é consequente
Pode até ser uma ratoeira.

As amizades de ocasião
Podem ser interesseiras
Metem-nos logo no coração
Prontos para todas as rasteiras.

Podemos até ser enganados
Porque cegamente confiámos
E não nos sentirmos roubados
De algo que não enxergámos.

Há amizades de várias maneiras
Algumas com segundas intenções
Umas que são muito verdadeiras
Outras que são grandes ilusões.

Mário Manso

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A palavra (também) é vossa!

Convido todos os Camarada de Armas e Amigos, a dar vida a este espaço, inclusive, toda a liberdade para o referenciarem a quem entenderem.

Lembro aos Filhos da Escola mais novos, sejam ou não Fuzileiros, de quanto é importante a vossa participação! Sem juventude não há atitude!

Eu aprecio a irreverência com responsabilidade e, tal como tenho vindo a fazer na Associação de Fuzileiros, gostaria de continuar aqui a ser um dos elos de ligação entre os veteranos e os mais jovens, para que uma corrente cada vez mais forte se estabeleça entre a família Fuzileiro, “os de ontem de hoje e de amanhã” e, ainda, com todos os outros amigos que gostarem de estar connosco.

Assim, aqui fica a proposta no blogue para quem se quiser fazer sócio da Associação de Fuzileiros; a sua aderência fica mais facilitada, pois eu proporei todos que se queiram associar, para que o nosso espírito nunca morra.

A ousadia está no centro, no sul e no norte, e só quem joga tem direito ao azar e à sorte, inegavelmente, aqui ninguém se candidata ao euromilhões! Mas, estou certo que outro tipo de riqueza estará à nossa mão!

Para terminar, digo também aqui:

Uma família termina à quinta geração
Mas com os Fuzileiros isso não acontece,
Porque são Filhos da Escola e da Nação,
É uma família que para sempre permanece!

O meu abraço!

Mário Manso

Quando os olhos atraiçoam…

Camaradas e amigos: é bom termos pessoas de quem gostamos e que também gostam de nós.

Vem, isto, a propósito da leitura de algumas palavras inseridas nos textos do nosso ainda jovem blogue, que me sensibilizaram e me fizeram correr uma lágrima de emoção. Não sei o que se passa comigo pois estou a ficar um bocado chorão demais para o meu gosto mas, como a idade tem as costas largas, cá me vou reconfortando com a ideia que talvez seja do peso dos anos. Mas é muito bom ler palavras despidas de interesses: políticos, religiosos ou clubistas (tal como acontece com a orientação da nossa Associação de Fuzileiros), cuja única razão de ser é, tão só, o facto de quem passou pelos fuzileiros ficar, na sua maioria, infectados com um vírus, de tal forma poderoso, que não há antibiótico que lhe dê luta.

Esta será certamente, uma forma de falar de coisas tão específicas que por vezes nem os psicólogos têm forma de contornar. A terapia de grupo pode funcionar, também, desta forma e sem custos para o erário público!

Eu peço desculpa mas estarei eu a delirar? Porque afinal, queremos um blogue que funcione para todos os que tenham ou não, feito a guerra e mesmo para os amigos que queiram estar connosco, mesmo que não tenham sido militares. Porque essas boas almas, talvez fiquem a entender melhor os homens e mulheres, vítimas de um conjunto de sem razões.

Espero que sirva para alguma coisa, para mim já serviu para atenuar o meu estado de espírito porque já desceu para níveis mais controláveis.

Aquele abraço!

Mário Manso

domingo, 16 de dezembro de 2007

Resultado que não esperava

Quando, há uns meses, falava com o meu vizinho Carlos, sobre a sua última viagem a bordo da Vasco da Gama, a certa altura, ao referenciar o seu chefe, fê-lo com um denotado orgulho, pelos vários elogios que sobre ele teceu, nomeadamente sobre a sua conduta humana e profissional e, às tantas, talvez por simpatia sabendo-me Fuzileiro, me disse que a sua carreira na Marinha tinha começado nos Fuzileiros de onde mais tarde saltou, já como Marinheiro, abraçando uma nova especialidade a que agora se dá o nome de MQ. Como é evidente, fiquei muito sensibilizado, e logo manifestei vontade de o conhecer na próxima oportunidade em que o viesse visitar, coisa que acontece com frequência.

Passado pouco tempo o filho da escola Carlos convida-me a entrar, porque estava lá um elemento da família militar, um camarada Fuzileiro. Desde logo encetamos conversa, calcorreando as nossas origens na Briosa e principalmente, sobre a nossa casa mãe, Escola de Fuzileiros.

Há coisas que imediatamente apreciei muito no Camarada Vítor Costeira mas, uma, subiu de imediato ao pódio em primeiro lugar, mesmo sendo proeminentes as vertentes da sua forma de estar na vida, e como se comporta nas suas envolvências, a sua sensibilidade é apaixonante.

No dia 14, confronto-me com um pedido seu, a solicitar-me uma foto e um escrito em prosa, que se enquadrasse em algo que, eu não sabia em quê, mas que, num dos seus tópicos, me levou a escrever o que está na abertura do Blogue.

Estas novas tecnologias, coisas bem simples para tantos, não é fácil para mim, que terminei a minha academia na escola primária da minha terra, o Mestrado na Escola de Fuzileiros e, na escola da vida, vou absorvendo as lições para o Doutoramento. Como já compreenderam, o Amigo Vítor o estruturou, e mo brindou como prenda de Natal.

Não é fácil descrever, a emoção que senti quando no dia 16 pela madrugada fui ver o meu correio electrónico e deparei com este seu trabalho. Tenho a certeza, que foi com muito carinho que o Camarada Vítor Costeira me ofereceu o seu precioso tempo, saber e solidariedade, na sua execução. Os Fuzileiros têm destas coisas!

Não me queria alongar mais com os meus incontidos sentimentos, mas não deixo de dizer, que tivesse o mundo, muitos homens como o Vítor Costeira, e este universo cão, seria mais racional.

Para finalizar, digo-vos meus amigos; que os Fuzileiros, não são melhores nem piores que todos os outros, mas são diferentes, pela nobreza das suas características.

Aproveito o momento, para desejar a quantos serviram ou servem a Marinha, e suas Famílias, os meus sinceros desejos de um bom Natal e um melhor Ano Novo, com muita saúde, paz e harmonia.

QUE OS HOMENS ACORDEM ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS!

O meu grande abraço!!!

Mário Manso

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Apresentação

Quando assentei praça ainda não tinha barba, nem amigos. Nos Fuzileiros realizei as minhas primeiras grandes conquistas: fiz amigos; atingi objectivos de que muito me orgulho; passei a compreender o sentido de palavras como solidariedade e camaradagem – o verdadeiro “espírito de corpo”, que é apanágio de quantos passaram pela nossa casa-mãe Escola de Fuzileiros!

Não nasci Fuzileiro, mas morrerei como tal!

Este espaço é criado para que todos aqueles que se irmanam no mesmo ideal de vida se juntem e convivam, partilhando ideias, sonhos, recordações, memórias de tempos e pessoas já idas e, também, projectos.

Sejam bem-vindos!